«Parece quase mal andar de sorriso afivelado, ter os ombros erguidos, as costas direitas e a testa sem franzidos. Parece quase mal não ter um ror de queixas a apresentar; não aproveitar o mais insípido mote para desfiar um imenso rosário de desconfortos; não dizer mal a eito de tudo o que nos rodeia e diz respeito.
Para alguns, mergulhar de cabeça na desgraceira é mais do que fado, é estilo de vida, e ter como pretexto uma crise reconhecida internacionalmente, com todos os condimentos devidos, é um momento áureo, culminando sucessivos anúncios de cataclismos próximos, castigadores do nosso desatino e leviandade.
As boas notícias, nos tempos em que as notícias parecem todas más, são as que nos permitem perceber que se consegue sempre descobrir zonas de conforto e bem-estar, mesmo no meio de adversidades. Quando se consegue construir redutos íntimos em que o que conta é quem se é e o que se partilha com quem se aprecia e gosta, o que vai acontecendo como pano de fundo da nossa existência não passa de cenários. Uns melhores que outros, mas em todo o caso, cenários que não têm a força de nos impedir de viver o verão que chegou.»
[Isabel Leal]daqui
[Isabel Leal]daqui
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