quarta-feira, 18 de junho de 2014

rasgar...

«o que rasga mesmo são aquelas situações do intermédio. em que fechamos um ciclo, mas que, por mil razões do destino, já está outro ciclo aberto. e aí, aí é merda mesmo. porque custa a dobrar. a ferida aumenta todos os dias, porque cada lado puxa a pele, arrepanha, fere mais um bocado. e não há solução óptima. dói porque é sempre ontem que acabou, e ainda não fechou. dói porque vai ser sempre amanhã que começa, e ainda não se soltou o destino. e isso, rasga na alma. mas é aqui que se dá mais valor a quem ama. a quem sabe o que quer. a quem não desiste de ter apenas o melhor para si. e aqui já não é egoísmo. pelo contrário, é simplesmente sinceridade: querer o melhor do mundo para nós é apenas inteligência. simples. 
por isso, corajosos são aqueles que enfrentam isto de peito cheio. que sabem que vai doer, mas que faz parte de uma luta maior: a luta pelo que se ama. tenho orgulho nos que, mesmo quando se sentem a rasgar por todos os lados, não param. vão em frente, correm, lutam. longe ou perto, são fortes. mesmo nos silêncios, não baixam os braços. mesmo no meio do caos, não deixam de querer. orgulho nos que sabem fechar o passado, porque querem um futuro livre. orgulho nos que se rasgam, mas que sabem que é apenas uma ferida ligeira. parece grande agora, mas daqui a uns dias, com o novo ar, cicatriza depressa. a marca vai ficar para sempre? claro. e ainda bem: porque é a maior prova do quanto se lutou por amor. é a marca da bravura de acreditar..»

Dedicado à J. e ao F. que são mesmo....mesmo os melhores. Muito bom a partir de momentos

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